O professor de Educação Física Antônio Carlos da Costa Pinto, de 41 anos, diz estar perplexo com o ataque que sua filha de apenas dois anos de idade sofreu pelos quatro cães que criava em sua própria residência, em Cuiabá. “Não sei como e porque isso ocorreu. Eles eram mansos e nunca tinham atacado antes”, contou Antônio Carlos em entrevista ao G1.
Sophia Haber Pinto continua internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital infantil da capital, com diversos ferimentos nos braços, cabeça e rosto. O ataque ocorreu na tarde de segunda-feira (9), quando ela foi arrastada pelos cães, nos fundos da residência, e teve o couro cabeludo arrancado. Segundo os médicos, o rosto da criança também ficou quase todo desfigurado.
O pai da menina declarou que sempre deixava os cães presos nos fundos da casa e nunca tinha registrado nenhum ataque. Além disso, garante que o ocorrido não passa de uma fatalidade e que acredita na recuperação da filha. “Torço muito pela melhora dela. Sei que a minha filha vai sair dessa”, afirmou emocionado, no corredor do hospital.
Antônio Pinto disse também que familiares e amigos realizam diariamente correntes de oração no hospital em prol da recuperação da criança. “Estamos fazendo de tudo para que ela saia daqui”, pontuou.
O professor dá aulas em uma escola particular da capital e contou ao G1 que, desde o ataque, nem ele e nem sua mulher retornaram para a residência. Antônio também ressalta que prefere não ficar falando sobre o caso até que a filha saia do hospital. A pedido da família, as informações sobre o quadro clínico da menina também foram proibidas de ser fornecidas pelo hospital. “Eu não quero ficar dando entrevistas ou falar sobre o assunto enquanto minha filha estiver internada. Depois que ela sair daqui [hospital], eu vou esclarecer todas as dúvidas”, frisou.
Quanto aos cachorros, o pai da menina limitou-se a dizer apenas que nem todos são da raça pit bull, conforme foi divulgado pela polícia. Por outro lado, não declarou estar arrependido de criar os animais na residência.
SobrevivênciaA família mora no bairro Jardim Universitário, região sul da capital, e Sophia estava apenas com a babá quando foi atacada. A garota estava brincando na área da frente da casa e os cachorros escaparam do quintal, abriram o portão que dividia os fundos da residência e atacaram a vítima. Ela só foi resgatada minutos depois por um policial à paisana que passava pela rua.
O policial militar Rosicley Pereira dos Santos, de 33 anos, estava armado com uma pistola e atirou contra os cachorros. Dois cães morreram na hora e outro tentou escapar, mas foi morto a alguns metros da residência, em um córrego. Já o quarto cachorro foi encontrado ainda no bairro, embaixo de um veículo. Uma equipe do Centro de Controle Zoonoses da capital foi acionada e resgatou a cadela do local.
Em entrevista ao G1, o policial afirmou que essa foi única forma encontrada para salvar a criança do ataque dos cachorros. Já a babá Edinéia da Conceição Carvalho, de 32 anos, relatou que ficou desesperada com toda a situação. “Eu fiquei desesperada quando a vi [criança] sendo mordida pelo cachorro. Foi algo terrível, mas fiz tudo o que podia na hora”, frisou.
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/01/eram-mansos-diz-pai-de-crianca-de-2-anos-atacada-por-pit-bulls-em-mt.html
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