Pitbull invade escola e ataca estudante
Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
Uma aula de educação física terminou de forma trágica, ontem de manhã, na EM Bosko Preradovick, no Jardim Las Palmas, em São Bernardo. Um pitbull pulou da laje de uma casa vizinha ao colégio, invadiu a quadra, correu atrás de cerca de 60 alunos, a maioria da 4ª série E, e mordeu um garoto de 9 anos. O estudante foi medicado e já se recupera em casa.
O ataque provocou gritaria e tumulto. A situação só não foi pior graças a uma professora e um pedreiro. A educadora conseguiu tirar todas as crianças da quadra rapidamente. O operário saltou da mesma laje de onde saiu o pitbull e deu cadeiradas no cachorro para que o garoto atacado conseguisse fugir.
A confusão começou por volta das 9h30, horário em que as crianças jogavam bola na quadra e brincavam no pátio externo. O pitbull fêmea Pandora, 1 ano e 8 meses, pulou um muro de cerca de três metros de altura e invadiu o colégio. "O cachorro começou a correr atrás da bola. Ele furou a bola e ficou jogando pra cima", conta H., 10 anos, um aluno que presenciou a cena. "Fiquei com medo daquilo e saí correndo", lembra.
H. não foi o único. Alguns estudantes escalaram o alambrado para fugir do cão que, a essa altura, corria pela quadra. "A professora mandou todo mundo para dentro", lembra uma funcionária, que não pôde se identificar por falta de autorização da Secretaria de Educação.
O garoto G., 9 anos, não conseguiu fugir a tempo. O pitbull agarrou o menino pelo capuz da blusa e o arrastou por cerca de dez metros. Na sequência, mordeu a perna dele cinco vezes. "A perna ficou em carne viva. Arrancou até um pedaço", conta Ana Paula, 32 anos, mãe do aluno.
Cão foi doado para vizinho da escola um dia antes do ataque
O pitbull Pandora estava na casa vizinha à EM Bosko Preradovick havia apenas um dia. Antes, o cachorro pertencia ao repositor Daniel Souza, 30 anos, que mora a três quarteirões de distância do colégio. Daniel afirma que doou o animal ao pedreiro Ronair Leite Almeida, 33, que, por sua vez, garante que não queria o bicho.
"Não tinha como continuar cuidando do cachorro. Aí levei para o meu amigo ontem (anteontem)", conta Daniel. "Achei o bicho muito grande pra ficar em casa. Peguei a cadela mais pela insistência. Ia ficar só uma semana. Se ela não se acostumasse comigo, ia devolver", diz Ronair.
Vizinho da escola, Ronair contou que Pandora estava presa na laje com corrente de aço. Ele afirmou, ainda, que deu água e comida para o animal. "Quando recebi a notícia, fiquei muito triste. Foi como se tivesse atacado meu filho", afirmou.
DEMORA - Após o ataque do pitbull, os alunos da 4ª série, inclusive o menino ferido, foram retirados da quadra em cerca de dez minutos. A GCM demorou pelo menos mais 15 minutos para chegar à escola. Utilizando uma corda e um bastão, os guardas Burgos, Régis e Pereira prenderam o animal.
O cão foi levado ao Centro de Controle de Zoonoses de São Bernardo, onde deverá ficar em observação por dez dias. Se ninguém for retirá-lo, poderá ser destinado a adoção.
O garoto mordido está tomando remédios contra infecção, em casa. "Ele ficou aterrorizado. Estamos evitando tocar no assunto", diz Ana Paula, mãe da criança, que esperou cerca de seis horas pelo registro de boletim de ocorrência de lesão corporal no 8º DP.
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